Muitas pessoas me enviam perguntas sobre este tema hoje. Embora eu resida hoje na Suíça, morei na Itália por mais de 10 anos, EUA, Austrália e por mais tempo ainda no Reino Unido (que considero especial pois foi aonde deixei de ser moleque, aprendi muito e amadureci). Tenho amigos que foram e voltaram deste lugar e acompanho a geopolítica européia e mundial. E com tantas perguntas que recebo neste momento este post vem a calhar.
Vejo muitos brasileiros hoje dando opinião sobre o tema sem nunca terem morado fora ou arrumado o próprio quarto. Outros opinam se baseando em direita e esquerda. Outros opinam e falam mal de imigrantes mas esquecem que são imigrantes morando fora ou no próprio Reino Unido mas pensando serem diferentes ( coisa comum na Europa e EUA aonde imigrante muitas vezes gosta de humilhar imigrante para se sentir superiror). Outros criam teorias malucas. E outros fazem previsões como "especialistas" de internet se baseando em gurus.
Vamos aos fatos com um ponto importante: Toda nação (incluindo o Brasil) sabe que imigração deve ser controlada. Fronteiras existem e isso é importante para a nossa segurança. Que isso fique claro. E quem vai morar no exterior deve baixar a cabeça e se adaptar. Se detesta um lugar novo, que se mude. Uma dica simples e vale para pessoas de qualquer nacionalidade.
O que foi constatado com este referendo com os dados e acontecimentos depois dos votos apurados (segundo pesquisei e perguntei a amigos que moram hoje por lá por mais de 20 anos)????? O que vai acontecer?
Leiam abaixo:
-Por 51,9% a 48,1%, o eleitorado britânico decidiu num plebiscito histórico que o país deverá sair da União Europeia (UE). Foi algo disputado voto a voto e passa longe de ser uma unanimidade como dizem pela internet.
-Londres votou para ficar na UE assim como Escócia e Irlanda do Norte. E estes mesmos lugares hoje agora cogitam a idéia de querer se separar do Reino Unido. O resto optou pela saída.
-A União Européia dificilmente parece que vai aceitar o retorno do Reino Unido (se isso talvez acontecesse por vontade dos britânicos em uma reviravolta)
-Pessoas criaram um abaixo assinado on line para uma segunda votação. Outras se arrependeram de terem votado pela saída. Mas isto adiantaria algo??
-As Irlandas que andavam em paz agora iniciam ondas nacionalistas e a fronteira da Irlanda do Norte com a Inglaterra agora possuem tudo para o clima esquentar. Devemos esperar para ver.
-A política de imigração foi muito questionada aliado ao apelo ao nacionalismo. Entre 1993 e 2014, a quantidade de estrangeiros vivendo no Reino Unido aumentou de 3,8 milhões para 8,3 milhões. Desses, 5 milhões não são cidadãos britânicos – e 3 milhões são cidadãos europeus. De acordo com pesquisas, 77% dos britânicos acham que a imigração deve ser reduzida.
-O voto a favor de permanecer na União Europeia
não vinha apenas da Escócia, Irlanda do Norte e Londres. Também dos
jovens: era maioritário entre os menores de 50 anos, especialmente entre
os que não fizeram ainda 25 anos. No entanto, a maioria dos mais velhos apostaram por deixar o bloco europeu.
Como pode ser visto neste gráfico (que foi compartilhado
milhares de vezes no Twitter), os mais jovens são os que mais tempo
terão que viver com uma decisão que, em sua maioria, não estão de
acordo. Segundo uma pesquisa da empresa de investigação de mercado YouGov,
64% dos britânicos de entre 18 e 24 anos prefeririam ficar na UE. Tendo
em vista a esperança de vida e que este processo não parece ser
facilmente reversível, esses cidadãos passarão o resto de sua vida,
quase 70 anos, fora dela. O gráfico do ‘Brexit’ que mostra como os mais velhos decidiram o futuro dos mais jovens.
-No plano político, o maior vitorioso é o ex-prefeito de Londres Boris Johnson (na verdade cidadão americano), candidato natural a suceder Cameron. A saída de Cameron deflagrará uma disputa interna em seu partido, o
Conservador, rachado pela questão europeia. Metade, fiel ao livre
comércio como motor de crescimento e desenvolvimento. A outra metade,
liderada por Johnson, com medo da livre circulação de pessoas, vista
como ameaça ao caráter nacional britânico.
-Na economia em um primeiro momento, o que aconteceu foi um naufrágio da libra esterlina e o choque imediato nos mercados globais-
-Embora pontos sobre a imigração e globalismo estejam corretos, a saída do
Reino Unido gerou incerteza no mercado, instabilidade política, mais
ódio entre as pessoas e uma onda de xenofobia entre os mais exaltados.
-Os muçulmanos britânicos não foram afetados em geral pois já estão no Reino Unido
há mais de 40 anos.
-Nacionalistas surgem e querem comprar só coisa nacional e acabar com o livre mercado.
-Todo lugar da Europa agora quer se separar e partidos como os italianos da Lega Nord provavelmente irao. agitar algo para tentarem se separar da Itália.
-Grandes empresas como a Virgin e Ryanair (famosa por defender o livre mercado, fornecia empregos e que apoiava que o Reino Unido ficasse) ainda não sabem como proceder.
RESUMINDO: Por mais que brasileiros metidos a gênio ou pessoas de outras nacionalidades tentem argumentar com teorias nacionalistas, defendendo a xenofobia ou querendo abrir as fronteiras para o planeta, falar sobre o globalismo, Olavo de Carvalho e outras coisas, NA VERDADE NENHUMA PESSOA PODE PREVER O QUE VAI ACONTECER. Nem especialistas e nem governantes britânicos. Como um brasileiro que vota em Dilma e Tirica, nunca saiu do Brasil ou saiu pra viver por 2 anos tendo mesada do papai, gosta de carnaval e funk quer dar pitaco?
A situação é imprevisível.
O que resta é esperar e ver o que vai acontecer. Mas com certeza a Europa nunca mais vai ser a mesma depois deste acontecimento.
Eu vejo um futuro sombrio pra Inglaterra.
ResponderExcluirAcho que fizeram a pior escolha possível.
Como se diz aqui na Italia " chi vivrà,
Quanto á escolha de outros países de querer fazer o mesmo, vai depender de como se sairá O UK.